Comecei a ler o livro no dia seguinte ao lançamento. Larguei no primeiro conto.
Um ano depois, com raiva de mim mesmo por comprar tantos livros e não ler, resolvi dar uma chance aos que estavam desprezados na estante. Então peguei novamente OS ARQUIVOS DE DEUS, do Ruy Fabiano. Não recomecei pelo primeiro conto, para não correr o risco de parar novamente. Fui direto ao segundo conto e, daí, não parei mais.
Não que tenha sido uma leitura fácil. Em alguns momentos, tem-se a mesma dificuldade que com Borges da primeira vez. Mas os contos são interessantes, embora tratem de um assunto que jamais pensaria dar um bom livro de contos: a espiritualidade. O que faz o livro interessante é a abrangência com que o Ruy Fabiano trata o tema, tanto do ponto de vista da forma quanto do conteúdo. Os contos variam de simples causos de assombração a verdadeiros tratados sobre a origem do universo. Seja sobre uma simples morte, seja sobre a pedra filosofal, o livro vai nos ganhando pelas histórias bem contadas: lançam o anzol logo no início e depois vão nos fisgando aos poucos; terminamos frequentemente presos no final de cada conto.
Eis o início de um dos contos, "O Encontro", só pra tentar fisgar vocês:
"Dizia-me Sebastião Baptista, saudoso poeta de cordel, em torno de quem gravita esta história, que no sertão o Diabo é vizinho de Deus. E ainda: 'É preciso cuidado para não bater na porta de Um e encontrar, por equívoco, o Outro'. O próprio Sebastião, como adiante veremos, viveu essa circunstância."
Boa leitura!
quinta-feira, 10 de setembro de 2009
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